APÓS A PANDEMIA, EMPRESAS COMEÇAM A QUESTIONAR TRABALHO REMOTO

Especialista aponta quais problemas devem ser observados. 

Três anos após o início da pandemia, que forçou o home office nas empresas, a discussão sobre o melhor modelo de trabalho ainda não foi superada. Se de um lado há profissionais que se recusam a trabalhar em empresas que não permitem o trabalho remoto, do outro, executivos e empresários começam a demonstrar incômodo em relação à ausência dos funcionários no ambiente corporativo. O monitoramento ganhou popularidade durante os primeiros “lockdowns”, com os executivos tentando controlar os funcionários ao usar ferramentas para monitorar quando os trabalhadores estavam usando ativamente seus computadores. O número de grandes empregadores que usam ferramentas para monitorar funcionários dobrou entre 2020 e 2022, segundo uma pesquisa da consultoria Gartner. No ano passado, 60% monitoravam seus funcionários e esse número deverá aumentar para 70% nos próximos três anos.

Passada a fase crítica da pandemia, muitas empresas ainda estão avaliando qual é o melhor modelo de trabalho: o presencial, o remoto, ou o híbrido. As organizações estão buscando soluções para problemas que surgiram na pandemia e agora precisam ser tratados. Segundo a especialista em Liderança e Gestão de Pessoas, Rosa Bernhoeft, CEO da Alba Consultoria, um dos principais temas é a saúde mental. 

“Não estávamos acostumados a ter em casa um tempo de tela muito maior do que se estivéssemos em uma empresa. Esse tempo de tela nos desgasta e nos leva a ocupar nossas outras atividades importantes e deixar de lado prioridades que temos como pessoas. Parece que temos que estar o tempo todo conectados para responder o que chega. Isso cria uma pressão para resolver tudo rapidamente, e quanto mais volume de coisas se está fazendo, mais se desgasta internamente. Isso tem influências sobre o sono, sobre a capacidade de desfrutar as coisas e sobre trabalhar o futuro”,

Rosa Bernhoeft

afirma.

Ainda segundo Rosa, outro aspecto que as empresas têm que rever é revisar suas práticas, seus processos e suas atividades. “Número de reuniões, número de tarefas, forma de delegar ordens, processos decisórios, forma de informar e comunicar as pessoas as decisões da empresa, sendo estratégicas, operacionais, ou de circunstâncias. Por isso que a empresa precisa buscar espaços de descontração e sair da ilusão de que presencialmente há um controle maior do trabalho do que remotamente. Na realidade, isso leva a uma necessidade de fazer um combinado de resultados muito claro com prazos e entregas”, esclarece.

Por fim, Rosa diz que outro aspecto importante é como as empresas vão fazer avaliação de performance e de contribuição do profissional e como vão construir um novo critério para a carreira. “Ou seja, o que será avaliado do funcionário com ele estando remoto, se não há como observar com profundidade motivações, aspectos fortes da personalidade? Isso é um desafio para as empresas. Por isso é preciso flexibilidade, estar disposto a criar e desenvolver novas práticas de relacionamentos com os empregados e estabelecer um compromisso em cima dos pontos fortes, das expectativas, das necessidades e das contribuições dos colaboradores”.

Por Rosa Bernhoeft

Especialista em liderança e gestão de altos executivos, sócia fundadora da Alba Consultoria, criadora de conceitos e metodologias para gestão de carreira, treinamento e desenvolvimento.

Matéria publicada em 05 de maio de 2023 no portal Tupi Fm

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