Ter grupos de gerações diferentes, traz a necessidade de criar programas que permitem a troca, práticas e rotinas de trabalho que permitem essa integração.
O encontro de várias gerações no mesmo contexto de trabalho se intensificou com a pandemia e tem gerado um desafio para os gestores e para os líderes, possibilitando articular numa equipe mapas mentais diferentes, que comportem valores e motivadores em perspectiva de vida, carreira e a maneira de se comprometer ou entregar os resultados, com características próprias de cada geração. Com isso passa a ser imperativo para a realização das estratégias e os resultados dos negócios o acolhimento da inteligência instalada, tendo em mente que esta inteligência sustenta o crescimento e a perenidade do negócio.
Falar de gerações é falar de uma variedade imensa de expressões de inteligência e de inúmeras possibilidades de poder integrar essas inteligências a serviço da sustentabilidade das empresas e as que consigam fazer essas integrações ganharam em processos criativos, inovações, em formas novas e diferenciadas e em uma maior velocidade para realizar os seus resultados.
Isso já faz uma diferença nos processos de recrutamento e que passa a ser não somente da organização, mas também dos candidatos. Levar em conta que cada uma das gerações mostra sua disciplina de trabalho, diferentes maneiras na condução dos processos, formas de estabelecer prioridades, integrar as pessoas para a realização dos resultados, a capacidade de trabalhar em equipe, a capacidade de exercer o poder entre outros temas a serem integrados.
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Se os mais sêniores ainda valorizam a hierarquia e comando por outro lado, os jovens não estão mais dispostos a seguir cegamente a um chefe, eles querem uma inspiração, eles querem que digam qual é o significado do trabalho que fazem, eles querem receber rapidamente um retorno da eficácia e do impacto das suas atuações, vemos então várias diferenças necessárias de abordagens que vão além do compromisso de entrega de resultados.
A relação com o tempo é outro tema importante quando falamos do convívio de várias gerações no mesmo contexto, a relação com o tempo, seja ela para pensar num tempo concreto, prático, de como administrar o meu dia de trabalho ou um tempo maior, do “tempo de meta” do que que eu quero conseguir com o meu trabalho.
A pressa, a impaciência, a urgência, colidem com o amadurecimento, a compreensão, respeito aos ciclos e etapas, tendo consequências na qualidade dos resultados, no cuidado com o impacto das decisões e o senso de construção de longo prazo.
Ter grupos de gerações diferentes, traz a necessidade de criar programas que permitem a troca, práticas e rotinas de trabalho que permitem essa integração, portanto, ter numa equipe pessoas mais maduras junto com gente mais jovem, todos ao redor do mesmo desafio e com a vantagem ou com a necessidade de ter que criar soluções, pode facilitar o jovem a ser enriquecido pela experiência do mais velho e o mais velho enriquecido pela vitalidade, energia e o desafio trazido pelos jovens, esta integração é muito necessária porque ela garante a sustentabilidade.
Quando estamos com pessoas muito diferentes onde os vínculos de respeito, os vínculos de reconhecimento, as relações igualitárias, e o engajamento ao redor de um objetivo pode ser altamente benéfico para as organizações e para os grupos.
Por Rosa Bernhoeft
Especialista em liderança e gestão de altos executivos, sócia fundadora da Alba Consultoria, criadora de conceitos e metodologias para gestão de carreira, treinamento e desenvolvimento.
Matéria publicada em 12 de fevereiro de 2023 no portal Mundo RH.