A PANDEMIA COMO PONTO DE TRANSFORMAÇÃO

Foto de Markus Winkler no Pexels

A pandemia continua nos obrigando a buscar mudanças em nossas vidas. Precisamos reconhecer essa dor que estamos sentindo, senti-la de verdade, nos encorajar e nos perguntar: para onde quero chegar? E assim, criar novos caminhos e cenários que nos inspire a agir.

Uma boa forma para isso é por meio de uma proposta de exercício de mentoria que pode ser feita dentro de um acordo formal ou com alguém do seu convívio que você considere experiente.

O processo de mentoria se suporta em três importantes elementos, tanto para o mentor quanto para o mentorado. O primeiro desses elementos é a motivação, essa força que impulsiona o indivíduo. Que força é essa que move o indivíduo, que o leva querer um estado melhor de vida?

Na prática de mentoria, mentor e mentorado precisam se questionar quanto a esse sentimento. O segundo elemento importanteé a intenção que cada um leva para si, ou seja, o que se quer alcançar, os seus objetivos. Quais são os seus objetivos? Já o terceiro elemento é a respeito dos sentimentos, que pode ser de pessimismo e falta de perspectivas transformados em esperança e coragem para agir.

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Aqui estão, portanto, três elementos importantes para dar os primeiros passos rumo a um processo de evolução. Estabelecido esses elementos e sentimentos gerados, vamos partir finalmente para jornada de transformação, a mudança que estamos buscando, e que aqui apresento por meio de estações:

1ª Estação: A Tomada de Consciência

Esse é o momento de tomada de consciência do contexto e da identificação da minha dor. É um exercício que, na verdade, revela uma busca pela liberdade, porque a dor só mostra o quanto dependemos do outro. Nesse sentido, preciso de uma permissão interna para eu me aprofundar no meu ser, encarar minha dor e me permitir sair do lugar que estou. É uma permissão para construir saídas e soluções.

Aqui, a permissão é o processo mais poderoso para qualquer evolução. E, muitas vezes, a permissão dá medo de se perder algum controle, de piorar ainda mais uma situação. O produto dessa primeira estação é a construção de um estágio desejado de vida. E as perguntas-chave para essa estação são: onde e como estou hoje? E onde e como eu gostaria de estar daqui a determinado tempo?

2ª Estação: O Ponto de Mudança

Enquanto fui tomando conhecimento da realidade por meio da 1ª estação, reavaliando os conceitos, revejo coisas de outro ponto de vista. E essa releitura vai trazer um impacto, que por sua vez trará uma mudança de atitude quanto às dificuldades e impossibilidades que eu via no início. Dessa forma, começo a vivenciar o estado de “gostaria de mudar tal aspecto na minha vida”.

Aqui, portanto, não é somente a mudança de atitude, mas também que eu tenha trabalhado os pontos de vista, percebendo se fiz uma renovação, se eliminei ou absorvi novos pensamentos, dogmas e crenças. É um mecanismo amplo, e o instrumento mais importante dessa ativação é a troca de conhecimentos, conceitos e métodos. As perguntas-chave dessa estação são: quais são os recursos e qual é a verdade que tenho agora? Qual é a minha  verdade agora, aquilo que defendo e não abro mão? E quais são os seus recursos que tenho?

3ª Estação:  Planos e Saídas

Agora que já sei o que quero, o momento é de agir e de estabelecer as minhas prioridades. É um momento de pensar em ganhos e benefícios. E quais são os ganhos que eu gostaria de ter com a minha atuação? O instrumento mais importante a ser gerenciado nessa estação é sobre onde vou criar as minhas estratégias de vida, as táticas e métodos para atender o que elenquei como prioridades.

Nessa etapa, o elemento mais importante é o tempo. Isso porque esses planos serão colocados no meu dia a dia e preciso valorizar esse tempo de vida. Qual é o produto final? É uma ativação energética, é aferir como que estou investindo o meu tempo para conseguir o que quero. E a pergunta-chave é: o que é mais importante para eu conseguir o que necessito agora?

O outro elemento fundamental dessa estação é a disciplina que me permite perseverar e manter na direção que formulei.

4ª Estação: A Implementação da Mudança

Agora que tenho consciência sobre o mundo real que estou enfrentando, com os efeitos das minhas escolhas, estou muito mais consciente hoje, confrontando os riscos dessa minha mudança e as resistências de cada contexto. E o instrumento mais importante nesse momento é a potência que estou dando para as minhas atuações. É a ousadia, caminhar corajosamente, dando potência à minha disciplina e persistência. O produto final dessa estação são os novos adjetivos que estou usando para me descrever, expressando uma identidade nova e mostrando as evidências que são aquilo que eu buscava ser. A pergunta-chave dessa estação é: quem sou eu agora? É isso que eu quero ser?

5ª Estação: Maturidade e Transformação

Meu pensamento agora é que o novo faz parte de mim. E esse novo permite que eu tenha uma leitura de cenários antigos e novos, que eu tenha um processo analítico que me permite encontrar soluções para saída de dores, que eu tenha uma automotivação para me mover de maneira independente e livre, e que eu tenha um emocional que me traz bem-estar.

O elemento essencial dessa estação é a persistência e a disseminação daquilo que aprendi e posso disseminar para o outro, e o confronto sem medo do risco. E quais riscos? O retorno ao antigo, a diminuição ou a extinção da minha motivação, a queda energética, a desqualificação da importância e a inviabilidade de superar obstáculos. A pergunta-chave para essa estação é: para o que e para quem eu faço tudo o que faço na vida? E o produto final são as novas respostas para os mesmos ou outros dilemas, os novos comportamentos e os novos conhecimentos.

Claro que aqui está um resumo simplificado de todo um processo construído ao longo de uma jornada pelo mentoria. Mas, quem sabe por ora possa te servir como ponto de partida para uma profunda reflexão sobre onde você está, para onde gostaria de ir e como poderia fazer.

“A natureza nos põe no aberto, em plena liberdade. Somos nós mesmos que nos pomos no fechado, nos carregamos de cadeias e nos aprisionamentos no pequeno canto que escolhemos de morada” Plutarco.

Por Rosa Bernhoeft

Especialista em liderança e gestão de altos executivos, sócia-fundadora da Alba Consultoria, criadora de conceitos e metodologias para gestão de carreira, treinamento e desenvolvimento.

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