Mais de 90% dos CEO’s de companhias brasileiras são homens e brancos, com idade média de 50 anos.
A questão da idade dos profissionais tem surgido com mais intensidade após a pandemia. Incentivados pelo pressuposto de melhor formados, atualizados, ágeis, energizados e criativos, os jovens têm predominado o mercado de trabalho há, pelo menos, 10 anos, ocupando posições, se mostrando ávidos de crescimento rápido e resultados, formando hoje um contingente inquieto, demandante e pouco dispostos a investir no longo prazo.
Por outro lado, temos a geração 50+ com trajetórias de duas a três décadas de trabalho consistentes, construídas pela experiência e o conhecimento, forte aderência a organização, a disciplina do trabalho e com grandes expectativas de ter um segundo ciclo de carreira produtiva.
Neste momento as organizações se dão conta que a mistura desses atributos será benéfica para os negócios, tanto para inovação quanto para a conservação do conhecimento existente e para soluções inovadoras consistentes.
Uma pesquisa realizada pela Maturi, empresa especializada no mercado 50+, mostra que o mercado de trabalho ainda tem preconceitos em relação aos trabalhadores com mais de 50 anos, porém a idade não determina, em momento algum como é a performance desse profissional no ambiente de trabalho.
Há também que reconhecer que os próprios profissionais 50+ desanimam-se ou se autolimitam ao se compararem com os jovens, num erro terrível para a integração. O grande benefício é o reconhecimento nos diferentes níveis de prontidão e conhecimento, que somados as forças fazem a diferença.
Daí pensar que um CEO terá que antecipar a sua saída da posição por uma questão de idade, é considerar que algo não funciona bem no profissional, após comemorar seu cinquentenário.
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Segundo pesquisa feita pela Fundação Dom Cabral em parceria com a Page Executive, mais de 90% dos CEO’s de companhias brasileiras são homens e brancos, com idade média de 50 anos.
Segundo estudo, 66% dos CEOs trabalharam até 20 anos, e 68% deles trabalharam em até três empresas para chegar lá pela primeira vez. Para ocupar a cadeira da posição mais alta da empresa, é extremante importante levar em conta a experiência e conhecimento macro de cenários, principalmente para lidar com crises.
Hoje esta geração está saudável, com energia e disposição a se atualizar. Os contextos, as famílias, as relações sociais, culturais e trabalho, mantém um convite permanente para desafiá-los e atualizar esses jovens cinquentões.
Há uma necessidade urgente de repactuar as relações entre as gerações, admitindo que tanto jovens e sêniores irão trocar e se integrar no ambiente de trabalho.
Mas como é possível viabilizar essa troca? A partir do reconhecimento mútuo, convite a aprender juntos, processos de comunicação para encontrar o que “nos une” dentro do ambiente de trabalho.
As empresas retêm dirigentes jovens ou com 50+ independente de idade, por serem capazes de atender as expectativas presentes e futuras do negócio e principalmente por estarem dispostos a manter um cérebro jovial apoiados no aprendizado e renovação contínua.
Caso você tenha CEO’s operando, características como carisma pessoal, coragem para correr riscos, conhecimento dos negócios da empresa e boa manutenção de relacionamento com seus colaboradores já são uma boa base para o sucesso do seu negócio, independentemente da idade.
Por Rosa Bernhoeft
Especialista em liderança e gestão de altos executivos, sócia-fundadora da Alba Consultoria, criadora de conceitos e metodologias para gestão de carreira, treinamento e desenvolvimento.
Matéria publicada em 04 de outubro de 2022 no portal Mundo RH.